Blog destinado às intermináveis conversas de mães sobre suas crias, pais, famílias e todos os conflitos e escolhas a que somos submetidos a partir do momento em que o Beta dá POSITIVO!
Hoje, 20 de junho, faz um mês que resolvi acatar a aporrinhação
dazamigas pra criar o blog. E pra um mês, considerando a pessoa que vos fala e
seu carisma peculiar (hahaahahhahhaa) é surpreendente as mais de 900
visualizações do blog e as curtidas no Facebook. O B R I G A D A !
O post do sábado sagrado de post novo é sobre sociabilidade.
Ia continuar com a cronologia sobre o nascimento da Alice, mas ontem fiquei
impressionada com a socialização e o interesse dela pelas outras crianças que
estavam no arraial do Condomínio Solar dos Franceses, que fomos à convite da
Grace, moradora do local.
Alice fica louca quando vê criança. Já vai falando: nhem
nhem, mãmã! Outro dia, depois de boas corridas e um pega-pega meio estranho com
uma vizinha do nosso condomínio, ela esperneou porque a menina foi embora. Rs. Achei
fofo! Mas ontem, ontem ela tava muito feliz com a criançada.
Ia e voltava até a roda das crianças admirada. E queria
brincar e queria conversar e correr.
Só ainda não consegue dividir os
brinquedos. É complicado! Rs! Viu um brinquedo diferente e já quer pra ela.
Também tá mais falante e já começa a apontar o que quer. E se
não dá, faz um pequeno show. Já tentei agradar muito e não passar vergonha em
público, mas ainda não arranjei uma técnica ou comunicação que impeça o show. Pela
fé!
E falante, muito falante! Conta até dez ou conta se eu tiver
fazendo algo repetitivo (tipo as doses de leite em pó, abdominal depois que
chego da academia, ou pular...). mexe com os vizinhos mandando beijo e tchau! E
a vizinha de frente é o xodó. Alice não pode ver a janela que já grita:
Clara!!!
É óbvio que cada pessoa tem um jeito, uma personalidade, um
caráter, etc., o que ninguém te contou é que tem muito mais coisa por trás do “dia
em que você vai dar a luz” do que você pensa; muito mais do que todas aquelas
ex-grávidas e mães que você conhece recomendaram.
1. Teus planos não sairão exatamente como você pensou. Não
pense muito. Viva la vida loka!
2. A agulhada da anestesia não é toda aquela frescura. Doeu
nada. (A menos que a adrenalina das dores tenha sido maior.
3. A anestesia pode te dar muito frio, calafrio medo que
dominaaaaaaa. Hahahahaha (feat. Garantido). Eu me tremi toda por muito tempo.
4. Combine com o médico qual vai ser o ponto na cesárea e
como cuidar direito. Eu fiquei meio lesa hehehehe já que conheci gente que os
pontos ficaram invisível, que o ponto encravou e que o ponto inflamou a ponto
de abrir. Eu hein?!
5. Leve fralda de adulto, só pro caso de você sangrar demais
(Como eu)
6. Não fale nada após começar a cirurgia e até 12h depois.
IMPOSSÍVEEEEEL! Mas vai ajudar não ter muito gazes. E não tô falando de pum
kkkk é aquela dor de viado ou pior.
7. Combine com o médico ter acompanhante, fotógrafo,
papagaio ou periquito (a menos que você seja amiga, parente, comadre da dona do
hospital hahahahaha indiretaaaa recebida, amiga? Kkkkk)
8. Faça cara de dor. Aproveite! É aquele momento em que você
pode gritar, xingar, espernear, jogar as coisas na cara do seu acompanhante, e
por culpa nas dores hahahaaha
9. Não tenha medo de escolher o melhor ou o que você pensa
que é melhor. Encare o tipo de parto que você escolheu e faça o possível, e não
o impossível, pra que ele aconteça. Você escolheu ter normal, mas o médico
achou melhor a cesárea de última hora. Ou, você escolheu a cesárea, mas as contrações
foram tão rápidas que o parto foi normal. Isso é o de menos. Não se martirize,
me mate, se culpe, se estrupie por causa disso. Não deu?! Não deu! Ponto final.
10. Você pode escolher ter seu filho de qualquer jeito. E
pé, deitado, cortado, na água (menos no hospital onde a maca quebra bem na
hora, por favor hehehehehe). Não se permita a submissão daquelas mães que se
acham foda.
11. E pra acabar, onze, porque todo mundo faz 10 dicas e eu
não sou todo mundo hahahahaha
VOCÊ NÃO É A KATE MIDLETON. VOCÊ É VOCÊ. Portanto, não
precisa sair linda da maternidade. Saia feliz! Com a cara de uma pessoa que
acabou de parir. Isso é normal. E se for uma cara tão linda quanto a da
princesa, paciência pro recalque, mas se não for, como a minha hahahahaah saia
destruída. Você tem todo direito. Afinal, toda a beleza estará na pessoa mais
linda que acabou de nascer!
18 de dezembro de 2013. Todo mundo ligando e mandando
mensagens porque meio-dia eu entraria no Hospital Beneficente Portuguesa pra
receber a Alice nesse mundo. Maaaasss, como tudo na minha vida é:
Sim, porque tudo na minha vida é assim. Tenho certeza que as linhas tortas de deus, meu mapa astral, meu destino, minhas outras vidas, sei
lá... tudo que rege minha vida tem uma curva, um zig-zag, um qualquer coisa.
Toda arrumada, produzida, ajeitada, porque eu não queria
estar destruída para tirar as fotos no primeiro dia da minha filha. Bem princesa
Kate Middleton saindo e entrando na maternidade de salto. Bem... eu não sou
princesa.
Saímos de casa, papai, Catalão e eu e fomos pegar a Mariana,
que iria me acompanhar no momento do parto. Caminho todo rindo, nervosos os 4
pelo que viria. Ligando pro médico pra combinar tudo , avisando que logo eu
chegaria ao hospital... Mas, sabe quando a recepcionista olha pra você com
aquela cara de constrangida?! Foi ai que fomos informados de que a maternidade
estava lotada e que não teria apartamento livre, os cálculos deram errado. Legal,
né? “Volta o cão arrependido...”
Não! Eu não queria que a Alice nascesse no mesmo dia que eu.
Corria o risco não só da personalidade, mas da briga pelo bolo hahahhaha! Mas, a
remarcação foi justamente para o dia 20 de dezembro.
Acordei com dor. Já fiquei com medo. “Fica aí, Alice! Tu
vens na faca e não natural!!!”. Escolhi a cesárea. Fui apresentada às duas
formas, mas escolhi a cesárea. Escolhi por duas vezes, antes e depois. Pra mim,
foi a melhor forma.
Ai como dorme? Rebolando pela cama, esperando o sono voltar
em pela 4 da manhã. Já era tempo... 39 semanas e 2 dias. Já tava na hora e eu
tava ansiosa. Queria ver quão pequena seria minha filhinha. Queria ver o rosto,
ver meus desenhos, ver o pai dela nela...
Alice se remexia de todo jeito e as pontadas ficaram
maiores. Mais doídas. Banheiro e banheiro. Aquela dor nas costas e a vontade de
fazer um cocô inexistente. Hahahahahha! Quem nunca?
Alice! Ainda não!
6h da manhã já estava insurportável. A cada 5 minutos, 30 segundos
de dor. Cronometrados. A orientação do obstetra foi correr na maternidade mais
próxima pra ver a abertura, já que a cesárea tava marcada e o risco do parto
natural seria grande.
Eu estava em prantos de dor. Pensa num comercial de tv. Fica
ai 30 segundos sentindo um apontada, aquela falta de ar, tipo quando tu
brincava de caju na escola, e os murros nas costas. É pior!
Então, eu tava assim:
Catalão e papai assim:
Que ódio! Chego na maternidade, a médica sem dó nem piedade,
achando que era os meios dela ou de uma inimiga dela, enfia a mão como se eu
tivesse no útero a última bolacha do pacote e uma outra pessoa estivesse de
olho. Égua! E a resposta?
“Ahhhh, isso aqui anda vai demorar. O bebê tá se encaixando.
Pode nascer logo ou demorar um dia. Volta pra casa”.
Era nela? Não, né? E vocês já estão rindo da minha cara né? Deixe
estar.
11h da manhã e eu já me remoendo, fomos pro hospital. Chego pra
pegar a Mariana e o que recebo?
É! Muito beeem acompanhada eu tava, pode ter certeza.
Lá na sala de espera, apartamento liberado, tudo certo,
espera o médico. Que ia chegar meio-dia. E a dor lá... 5 minutos e 30 segundos
de dor... passa a enfermeira no corredor do centro cirúrgico e vê minha alegria
e contentamento e morrendo de pena... “Mãezinha, você não quer esperar aqui
dentro?!” Enfim, alguém sensível, apesar desse mãezinha... Povo de maternidade,
parem de chamar de mãezinha. É o ó!
Meio-dia, nada do médico. E nada do médico chegar. E nada do
médico chegar. E na sala pré/pós operatório, um cara visivelmente maluquecido
com anestesia ou com qualquer outra coisa que o deixou com a voz grogue, falava:
- Não fica assim! Logo, logo você dará a luz a um lindo
bebê... Como é o nome? É tua primeira filha? Que milagre maravilhoso é esse de
D...
- Aaaaaaaaaah, maravilhoso nada! Cadêo médico! Pelo amor de
Deus cala a bocaaaaaaaaaa!
Eu, sendo gentil. Hahahaha! Coitado! Um anjinho dizia que
ele só queria ser gentil e o outro me mandava dizer pra ele tomar banho! Hahahahahah!
Lá vem a enfermeira me dizer pela milésima vez que logo,
logo ia passar e que o médico tava chegando...
- Chegando onde, minha filha? No inferno? Só se for porque
tu já há anos me dizendo que ele vai chegar e até agora nada! Cadê esse méeeeedicoooo???
Chegou o médico! Uma hora da tarde!!! Duas horas atrasado!
Aaaaah! Já ia nascer. E ele: Você não quer esperar pra ter normal?!
- Que normal o quê? Tira logo! Eu não aguento mais!!!
Booooraaaa!!! Aaaaaaaah!
Ai ele enfia a mão como se no meu útero tivesse a última
latinha de cerveja pra 5 pessoas. Ê, seus diachos! Precisa meter assim?
Esculhambando? Eu hein?!
E de 4:35 da manhã até 13:30h da tarde eu só tinha 6 de dilatação.
Ia demorar mais quantas vidas? 4 vidas! Chegou o anestesista. Me levaram pra
sala. Nada de parto normal, eu gritei duas vezes. Beeeem na hora da dor, me
chega o anestesista e diz: mas com essa dor toda eu não posso aplicar. E eu:
calma, eu sei ser decente. 1, 2, 3, e já! Pode aplicar.
Agora sim... deitei na cama. E fiquei esperando. Ai, sim...
pensei: Lá vem a minha filha...
Começou tudo e eu, apesar de ter contestado com base na lei
de que precisava de um acompanhante, não pude ter ninguém... Mas eu tava lá. Corta
daqui, puxa dali e o obstetra zoando o neopediatra que o Vasco era time de
segunda. Nem comentei que eu era vascaína, né? Vai que ele faz cicatriz feia só
de raiva hahahahahah
Olhei no relógio e ouvi o choro. Era 14:10. E eu ouvi o
choro. Era ela. O pediatra deixou ela coladinha no rosto da mamãe e ficou tão
calminha. Era tão magrinha a minha filhinha... Aquele rostinho tão macio no
meu... E foi-se...
Mas antes, olhei bem a pulseira dela pra não trocarem minha
filha hahahahahahahhahahahahahahahaha