sábado, 5 de setembro de 2015

Trabalho e maternidade: quem é #menasmain?

"Que bom que você cuida da Alice integralmente. Se eu pudesse, faria o mesmo, mas tenho que trabalhar".

ESCUTO SEMPRE!

Vamos por partes:
"... cuida da Alice integralmente". Tem algumas coisas que precisam ser conversadas e pensadas antes do bebê nascer. E são importantes para dar andamento na casa, na família. Por exemplo: como fazer: trabalhar ou ficar em casa. Graças a Deus, pudemos escolher "ficar em casa". Meu marido consegue sustentar nossa vida financeiramente trabalhando sozinho, sem depender da minha renda para as despesas do mês. Por isso, considerando que eu era uma mestre a ser formada e que "o mestrado iria me abrir muitas portas (dá até vontade de rir da minha segurança ao falar e ouvir de muita gente isso) quando eu voltasse ao mercado de trabalho".
Trabalho desde os 16. Primeiro, com o Tio Betão, em tempos de Festival Folclórico de Parintjns, na agência de viagens dele. Pense no sufoco que era! Depois. Na agência de viagens do tio Zezinho. Que era mais ligada ao ramo de transportadora. Depois, fui convidada a estagiar na PC Informática, uma escola da área, onde aprendi e me aperfeiçoei nas atividades de escritório. Depois, arrisquei mudar de emprego por um salário melhor, tinha só 19 e já me achava capaz de oferecer meu trabalho. Fiquei quase dois anos e decidi ficar desempregada para dar mais atenção à faculdade. Mas, nem foi preciso tanto. Dois meses depois, fui contratada para meio expediente em uma empresa de audiovisual. Saí para concluir o tcc. Depois, fui pra Green Magazine, onde fiquei 3 meses só para fazer cartões. Ia ficar mais, daí me ofereci pro tio Beto e fiquei na Vídeo Park e conciliei com a preparação para o mestrado. Fiquei de setembro de 2011 a fevereiro de 2012 - meu último trabalho. E então, comecei o mestrado.
Alice nasceu, sou mãe integralmente. Por um tempo, os quatro turnos. Hoje. De 7h às 21h com intervalo de 12:30 às 14:30h/16h. Tá bom, né? Fiz tudo, vi tudo. Primeiras palavras, sorrisos, passinhos, sentar sozinha (chorei peeeencaaasssss). Ensinei a andar (chorei trerrencasssss). Tudo. Mas...

Toda aquela loucura de empregos... Saudade daquele ritmo que me deixava pilhada o dia todo, o tempo todo. Eu sempre quis mais de mim mesma. Tô falando tudo isso pra justificar ou para quem entendam que, depois que passa o maior sufoco, depois dos 7 meses quando o bebê tá fofinho, fortinho, comendo direitinho. Eu comecei a pirar. Precisava de trabalho, mas nunca tive experiência na área e, sair de casa, contratar uma babá ou pagar creche com um salário, convenhamos: melhor ficar em casa.
Comecei enviar currículo. Primeiro, para uma lista pensada. Depois, falando com uns amigos. E, então, fazendo a louca e me cadastrando em todos os "trabalhe conosco" que eu via pela frente. Continuo desempregada, apesar de estar nomeada para vaga em concurso para professor temporário na Ufam. Mas, é angustiante. Tô conformada e esperando a greve fundar para começar, emfim, meu primeiro trabalho, para exercer aquilo para que me preparei por qiase sete anos de estudo. Tô conformada, não. É papo! Continuo procurando emprego, pq ufam é temporário. Quer ser meu QI? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Agora, inventei de ajudar na coordenação do evento do mestrado. Tô louca, maluca e feliz. Alice vai comigo às reuniões e encontros do grupo. Faz festa, dá show, mas estamos lá. É gostoso tê-la por perto. Sem contar que, com aquele carisma, ela logo arranja uma babá. É gostoso ver Alice sendo bem tratada pelas pessoas. Aí da vontade ser integralmente dela. Ela é o meu amor, entende?!

"Se eu pudesse, faria o mesmo".
Eu também. Se eu pudesse, faria o mesmo que você e iria trabalhar. Hahahhahahahahahahahahahaha! Coisa gostosa é conquistar as coisas por nosso suor. Me lembro que a primeira coisa que fiz com meu dinheiro foi pagar meus óculos. Andava como nariz no céu, exibida, com os MEUS óculos. E a minha moto, então?! A MINHA moto, dela tenho saudade... Foram 48 parcelas, das quais, as duas últimas Catalão pagou (porque casamos e minhas despesas eram despesas nossas - lindo, esse meu marido!)
Tenho saudades disso. Hoje tenho o que quero, de acordo com o orçamento da casa, hehehehehe, mas não é o mesmo prazer.

"Mas, tenho que trabalhar".
Como se eu só ficasse em casa, deboas, na tv. Sem porra NENHUMA pra fazer. É, lindonas... Kkkkkkkk... Eu fico em casa, mastempregada nao, fia! Só diarista uma vez na semana (pensando que vou ser diarista nessa vida... Tao cobrando 120 reais. Pensa... Se eu trabalhar seis vezes por semana, é 720 reais, no mês, mais de 3 mil! Hehehehehe #partiu). Eu fico SÓ em casa. Com a Alice. Varrer, passar pano, arrumar, desarrumar, fazer café, almoço, na ta, dar banho, tomar banho e aff... Chega né?! Fiz isso tudo hoje kkkkkkk

Tenho as melhores lembranças da minha filha (exceto os choros de cólica), sei tudo dela, vi tudo dela, cada palavra, arte, descoberta. Mas, quero trabalhar ;)

Isso é ser menasmain? Kkkkkkkk



1 comentário:

  1. É bem assim mesmo, mas acredito q tudo vem na sua hora e a sua vai chegar. Tem q ter orgulho mesmo de poder acompanhar esses momentos especiais do crescimento da Alice, nada no mundo paga acompanhar o desenvolvimento dos nossos filhos por isso aproveita cada pq passa rápido.

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